sexta-feira, 26 de junho de 2009

No hay Banda!



Esta é minha primeira postagem neste blog, e começo em grande estilo, já que vou falar de Cidade dos Sonhos. Nunca vi nada do David Lynch que não fosse bom ou ótimo. E esse filme para mim é o melhor que já vi dele. A história me pegou de surpresa e o filme é tão bom que gostei muito, mesmo sem entendê-lo por completo. Tive que ver outra vez para começar a ver algumas respostas nos detalhes. Formei minha opinião e depois fui ver na net se ela estava certa. Tive outra surpresa ao ver que nem a crítica nem blogueiros tinham uma opinião formada. Tudo ilações. E esse é outro aspecto legal do filme. Essa indefinição. E é uma característica das obras de arte, a de permitir ao observador, de acordo com sua idiossincrasia, dar sua própria interpretação à obra. Bem, eu interpreto o filme, como o título em português diz, como um sonho. Não todo ele, mas grande parte. Os personagens vivem uma realidade e um sonho. O sonho seria as suas vidas como elas gostariam que fosse. As metáforas e as abstrações que o Lynch consegue são incríveis. O suspense sempre crescente faz a nossa cabeça trabalhar durante todo o filme. Créditos para a interpretação de Naomi Watts, que me surpreendeu bastante; tanto que já no final do filme, quando ela aparece fazendo “outra personagem” eu pensei que fosse outra atriz. Mas isso é devido à direção de Lynch, que trabalha muito bem com atores. Um momento marcante: a brilhante cena do Clube Silêncio. Nunca mais vão sair da minha mente as palavras “Não há banda. É tudo uma gravação”.