domingo, 23 de maio de 2010

Segundas Intenções


Certa tarde, fui ao cinema para ver o filme Pânico no Lago. Como o filme não estava em cartaz na sessão que eu imaginei, para não voltar para casa, fui ver o que estava em cartaz no momento. O filme era Segundas Intenções (Cruel Intentions, 1999) e eu não tinha, até o momento, nenhuma informação sobre ele. Tive uma grata surpresa com o filme. Primeiro o visual me deslumbrou, tudo muito moderno, uma modernidade que se revela também nas atitudes dos personagens; depois identifiquei logo que se tratava de uma atualização de Ligações Perigosas, um dos meus filmes prediletos. A maldade e manipulação continuam, só que agora com aquele tom adolescente e irônico e o diretor usou de forma inteligente todas as liberdades que os jovens se dão, na hora de construir suas cenas. O elenco, quase todo jovem, é bonito e talentoso. Os personagens, Kathryn e Sebastian, chamam-se de irmãos o tempo todo, o que faz o clima entre os dois ser de incestuosa malícia; há uma cena extremamente sensual entre os dois sentados em uma poltrona, enquanto fazem os mútuos desafios. A surpresa, para mim, foi a atriz Selma Blair, ela mostra-se uma excelente comediante com sua Cecile. Foi ainda nesse filme que rolou uma cena de beijo entre duas mulheres de forma muito prosaica, o que depois virou mania em filmes e vídeos, sem prosaísmo algum. O final de Ligações Perigosas é clássico e famoso, então essa versão moderna também tratou de caprichar no seu final, ganhando muito com a execução da bela Bittersweet Symphony, do The Verve. Muito bom.