quinta-feira, 28 de abril de 2011

Deixe Ela Entrar



 "Oi, estou no banheiro. Por favor, não entre! Quer ficar comigo hoje à noite? Gosto de você de verdade. Sua, Eli".

O filme sueco, Deixe Ela Entrar (Låt den rätte komma in, Suécia, 2008),  é uma pequena jóia da sétima arte. Tanto sua brutalidade quanto sua sutileza são sublimes e o filme causa grande empatia (aquilo que faz uma pessoa se colocar no lugar de outra) no expectador. Ainda tem o mérito de dar novo alento às histórias de vampiros, mostrando um tipo diferente do que estamos acostumados a ver. Conta uma história de amizade, de amor, entre duas crianças de doze anos, uma menina vampira, Eli, e um menino louro e tímido, Oskar (um dos personagens mais cativantes que já vi no cinema). Os dois se apóiam um no outro para fugir da solidão. Os personagens são mais complexos que isso. Eli traz em si o hermetismo de uma longa vivência. Oskar, vítima da violência/bullying na escola, revela nos pensamentos sua vingança, que só chega de fato através de Eli. Ele a protege da solidão com amor; e ela com amor o protege da agressão. Os diálogos entre os dois são simples e inteligentes, dando margem a mais de uma interpretação. Tudo isso dirigido com segurança, economia e sensibilidade por Tomas Alfredson. Cenas marcantes: a já famosa cena da matança na piscina, que é um primor de técnica e, para mim, a mais impactante, a descoberta do porquê ela tem que ter permissão para entrar. Filme imperdível.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Sede de Sangue



Chan-wook Park, diretor da cultuada trilogia da vingança, nos entrega mais um filme singular, tanto na qualidade quanto na violência. O filme é um banho de sangue e vai embrulhar o estômago dos mais sensíveis. O vampirismo voltou com tudo na literatura e no cinema, mas Sede de Sangue (Bakjwi/Thirst, Coréia do Sul, 2009) assim como Deixe Ela Entrar, se destacam por trazer um tipo novo de vampiro, feito com muito realismo; um modelo de como seriam essas criaturas, se existissem. Sede de Sangue, com sua história de um padre que se descobre vampiro, é um filme forte, surpreendente, que só peca um pouco no final, quando o roteiro escorrega para algo que se parece com uma comédia de humor negro, quebrando o tom que o filme vinha tendo até então.