Desprendimento, está é a palavra que eu estava procurando. Alguns atores às vezes nos brindam com maravilhosas atuações exatamente por conseguirem um nível altíssimo de desprendimento e mergulhar sem reserva alguma em seus personagens. Isso, por exemplo, aconteceu com Ruth Gordon em Ensina-me a Viver, com Brenda Blethyn em Segredos e Mentiras, com Ellen Burstyn em Réquiem para um Sonho e, para citar um ator, com Marlon Brando em Uma Rua Chamada Pecado. E acontece aqui com Geraldine Page. Não dá para acreditar que a simpática velhinha não seja real, de tão convincente; não é à toa que a atriz ganhou o Oscar por este papel. O filme é um Road Movie bem singular, que conta a história de uma velhinha que sente uma atração irresistível por seu passado. Não querendo mais viver na companhia de seu filho frustrado e de sua nora azeda, ela não espera mais uma permissão que sabe que lhe será negada e parte sozinha, de ônibus em busca de seu sonho. A viagem é repleta de surpresas emocionantes. Um filme maravilhoso, filmado com graça e simplicidade. Há um sentimento muito verdadeiro envolvendo esta película. O filme também conta com Rebeca DeMonay, fazendo um bom trabalho. Amantes do cinema, não percam O Regresso para Bountiful.
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