quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Quanto Mais Quente Melhor


A cena da famosa frase...

Sempre ouvi dizer que Quanto Mais Quente Melhor (Some Like it Hot, 1959) era a maior comédia do cinema. Vi o filme recentemente e discordo de que seja a maior comédia de todas (talvez a minha preferida seja outra, também com Marilyn), mas não nego que é uma das maiores. O filme marcou época e entrou para a história do cinema mais uma vez pelas qualidades do seu realizador que mais de uma vez já afirmei, foi um dos maiores e mais modernos de todos os tempos, modernidade não só de pela qualidade técnica, mas pelos temas e intenções, Billy Wilde. Em proposital preto e branco, começa com uma virtuosa cena de perseguição e segue sempre em crescente como deliciosa comédia. Tony Curtis, ainda galã, está ótimo e travestido de Josephine faz memoráveis cenas com Marilyn Monroe. Marilyn está mais diva do que nunca, ícone absoluto da sensualidade feminina nas telas, nunca a vi tão bela, tão irresistível com sua Sugar Kane, nome apropriadíssimo; a cena do primeiro show no hotel, com aquele vestido que lhe revela os incríveis seios, é hipnotizante. E o que falar de Jack Lemmon? Claro que são dele as cenas mais hilariantes como Daphne, como a da “festinha” no navio em que as moças começam um ataque de cócegas e ele começa a berrar por socorro. Sobre as cenas do navio, impressiona como Billy Wilde foi provocador e isso em 1959, época em que a censura ainda dominava os estúdios; as cenas em que aparecem cardumes de pernas femininas, lindas sereias coristas, são mais que um ousio, são um afago e um beliscão no público; Wilde filma a malícia disfarçando-a de inocência e, assim, consegue driblar censores atentos e encantar platéias atentas ou não. Voltando à personagem de Lemmon, ele rouba muitas cenas quando longe de Marilyn, como a cena em que dança tango ou o final do filme com as famosíssimas frases sua e do impagável Joe E. Brown como o milionário assanhado Osgood, apaixonado de Daphne. Fiquei com uma pulga atrás da orelha com a relação dos dois. Teria Wilde aprontado uma conosco?
O filme venceu o Oscar de melhor figurino, sendo indicado para direção, ator (Jack Lemmon), direção de arte, fotografia e roteiro adaptado. Ganhou os Globos de Ouro de filme de comédia ou musical, ator de comédia ou musical (Lemmon) e atriz para a querida Marilyn. 

Um comentário:

  1. Oi, Danilo!

    Adorei seu texto. Adorei a sua sacada a respeito da "ingenuidade" das tomadas ter suavizado a reação da censura. Eu não tinha pensado nisso, e acho que você tem razão. O Hays code ainda vigorava na época, embora cenas memoráveis tivessem escapado às suas garras - como Janet Leigh na cama com o namorado em "Psicose".

    Concordo contigo que não se fazem mais comédias como antigamente. Não é só nostalgia. Não consigo apontar uma comédia realmente engraçada e inteligente que tenha sido rodada nos últimos tempos. Sabe que também gosto de Os homens preferem as loiras especialmente por causa da Jane Russell, que está irresistível?! Gozado que ela é o primeiro nome da produção e agora seja tão pouco mencionada - não me lembro de ter visto outro filme com ela.

    Bjs e bom domingo
    Dani

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