domingo, 29 de maio de 2011

Boogie Nights





Boogie Nights – Prazer Sem Limites (Boogie Nights, EUA, 1997) é um retrato contundente do mundo pornográfico das décadas de 70/80. Um elenco incrível dá vida a uma rica galeria de personagens, da qual mesmo os não protagonistas não são tratados como meros coadjuvantes. As histórias desses personagens se cruzam em algum momento, o que nos faz lembrar as construções narrativas da obra de Robert Altman. A maravilhosa estética do filme é bem cuidada e a trilha sonora escolhida a dedo, o que nos faz lembrar Quentin Tarantino. Isso não quer dizer que Paul Thomas Anderson não seja um diretor com idéias e características próprias. Pelo contrário, ele se renova e nos surpreende a cada novo filme e tenho certeza de que ele ainda nos brindará com filmes incríveis futuramente. O forte do filme é o elenco bem dirigido: William H. Macy, Heather Graham, Don Cheadle, Mark Whalberg e Julianne Moore. O filme ainda foi responsável pela volta de Burt Reynolds, em seu melhor papel no cinema. Quem conhece a pornografia dos anos 70/80 através de vídeo cassete, reconhece no filme o inegável clima desse mundo, ou melhor, submundo, e sente uma obscena nostalgia e quem não conhecer o filme poderá jurar que ele foi feito nos anos 70. Os cortes de cena, ou o contrário, as longas tomadas, são um show à parte; numa seqüência fabulosa, a câmara passeia entre os convidados de um churrasco e mergulha na piscina, seguindo outros; esse é, realmente, o filme dos planos-sequência geniais; visualmente o resultado é magnífico; emocionalmente é arrebatador. Grande filme. Foi indicado aos Oscars de melhor ator coadjuvante, atriz coadjuvante (sendo que tanto ator como atriz são principais) e roteiro original (do próprio diretor); indicado ao Globo de Ouro de atriz coadjuvante, ganhou o de ator coadjuvante. 

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