quarta-feira, 25 de maio de 2011

Magnólia



Embora a crítica considere Boogie Nights o melhor trabalho do diretor Paul Thomas Anderson, eu prefiro Magnólia (Magnolia, EUA, 1999), um dos meus filmes preferidos. Por causa de sua longa duração, 189 minutos, o próprio diretor, em entrevistas, disse se tratar de um épico. E não deixa de ser curioso o caráter épico dos filmes de PTA; vide Boogie Nights (épico sobre o mundo pornô das décadas de 70/80, mostrando seu apogeu e decadência); e Sangue Negro, (épico nos moldes tradicionais). Magnólia mostra-se então um “épico” inusitado: seus temas são traumas familiares e traições conjugais. O elenco é dos melhores; Philip Baker Hall é magnífico e até Tom Cruise prova de uma vez por todas que pode unir beleza e talento. PTA volta a trabalhar com Julianne Moore e Philip Seymour Hoffman, sempre ótimos. Assim como em Boogie Nights, há uma rica galeria de personagens, só que aqui, essa galeria é enorme, lembra muito Short Cuts, do Robert Altman. São, pelo menos, uns vinte personagens em nove histórias (a magnólia tem muitas pétalas em várias camadas), cada um com seu drama arrasador; isso tudo cobrindo um período de apenas 24 horas. Uma das cenas finais é uma linda surpresa, que já despertou a curiosidade de muitos. A trilha sonora é linda e tocante, com canções melancólicas da Amiee Mann. Foi indicado aos Oscars de melhor ator coadjuvante, roteiro original (do próprio PTA) e canção; Globo de Ouro de ator coadjuvante e indicação de melhor canção; Urso de Ouro em Berlim. É um filme difícil, exigindo mais de uma assistida para uma total compreensão. Mas, já na primeira, temos a perfeita noção de que é uma obra maravilhosa.

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