quinta-feira, 24 de junho de 2010

Amo muito tudo isso?


É um inusitado e bom documentário, que seria ótimo se não fosse tão parcial. Tem momentos de bom humor e informações interessantes sobre os alimentos vendidos no McDonald’s; não precisava do documentário para saber que as fritas do Mac não são normais, rsrsrs. O diretor teve o mérito de mesclar vários estudos no filme em vez de apenas culpar a rede de lanchonetes e fez seu filme-denúncia de forma muito corajosa, não temendo represálias. Analisando o discurso do filme, percebe-se que seu texto/discurso é forte e cheio de sugestões, abusa da semiótica para mostrar o Mac como um grande vilão; esse é o ponto fraco do documentário, uma vez que todos já sabem os males não só da empresa criticada, mas de todo o sistema capitalista (não sou partidário do Socialismo etc.). A sugestão/indução do diretor, freqüentemente vira exagero e é a mesma indução que ele critica na moça do caixa, quando ela sempre oferece o tamanho maior; também não temos provas de certas situações, como a de ele achar um cabelo na comida. Mas como já disse, o diretor teve o mérito de fazer um trabalho muito detalhado e informativo e dirigiu sua obra de forma inventiva e dinâmica, o que impediu o filme de se tornar chato em sua duração (houve momentos em que correu mesmo esse risco). Ainda analisando o discurso, o titulo original do filme é ótimo (Super Size Me – A film of Epic Portions, 2004), mas o título em português (Super Size Me - A Dieta do Palhaço) é ainda melhor, um achado, muito poderoso em persuasão; a dieta é a do palhaço Ronald (um palhaço no sentido sombrio e maligno) e do palhaço consumidor (um palhaço no seu sentido mais ridículo e ingênuo) Obs.: a midiática denúncia do diretor nasceu quando ele soube de uma ação movida por duas jovens contra o McDonald’s; claro que o tribunal julgou improcedente a ação por falta de provas de que a comida do Mac era a causadora única ou direta dos males das jovens, coisa que aconteceu diferente no caso da ação contra a indústria do cigarro, onde provas não faltaram. 

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