segunda-feira, 12 de abril de 2010

Bastardos Inglórios











Sinceramente eu achei que essa não seria uma boa história, mesmo sendo do Tarantino; ainda bem que eu estava enganado. Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds, 2009) é um ótimo filme, divertido e bem dirigido. Os elementos tarantinescos voltam com força: o tom didático, a extrema violência, a podolatria, mesmo que sutil, e a paixão pelo cinema, aqui mais escancarada do que nunca, sendo importante elemento da própria história contada; as referências ao cinema e sua história estão em toda parte, nos nomes, cenários, explicação sobre a inflamabilidade do celulóide etc. O que tem de genial na história é o fato de ser uma ficção, ou seja, o Tarantino teve a brilhante idéia de recontar a história a sua maneira e isso agrada muito e sacia um pouco a insaciável vingança contra os horrores do nazismo. Duas cenas marcantes foram a que o coronel Hans Landa interroga a espiã/atriz Bridget Hammersmark pegando em seu pé engessado (alto nível de tensão), e o outro momento (para mim a mais bela cena do filme) é a morte de Shosanna, toda de vermelho com os fragmentos de sangue saindo do seu ventre como rosas purpúreas. A trilha sonora, dessa vez, não é brilhante, mas não deixa de ser eficaz. Quanto ao elenco, tem a curiosa presença de Mike Myers (só curiosa), e o único que chama atenção e surpreende pelo magnífico desempenho é o Christopher Waltz, como o caçador de judeus, roubando todas as cenas em que aparece; já na abertura ele consegue nos cativar, mesmo seu personagem sendo nefando, num jogo verbal e psicológico, dirigido com primor por Tarantino. Indicado aos Oscars de filme e direção, venceu o de ator coadjuvante. Curiosidade: em Portugal o título do filme é Sacanas Sem Lei; achei hilário.

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