quarta-feira, 3 de março de 2010

Amor Sem Escalas


O filme Amor Sem Escalas (Up in the Air, 2009) começa com o astral lá em cima, com a música da fantástica Sharon Jones, visual bacana e ótima montagem (edição). Mas logo nos deparamos com um assunto nada auto astral, o desemprego. Ryan Bingham, interpretado por George Clooney, trabalha de demitir pessoas; isso mesmo, quando os patrões de uma empresa não tem coragem para demitir seus funcionários, eles contratam a empresa em que Ryan trabalha, que cede esses profissionais da demissão. Parte das pessoas que aparecem demitidas no filme não são atores, mas pessoas demitidas recentemente e isso funcionou bem. Ryan é um homem que fez dos aeroportos sua primeira casa (ele passa apenas quarenta e três dias do ano fora da ponte aérea) e que aprendeu a viver só, deixando tudo que possa fazer peso em sua vida, fora de suas malas. Aliás, ele é um especialista nisso e até dá palestras nesse sentido. Com ele, vamos conhecendo um pouco dos bastidores dos aeroportos. Entre uma viagem e outra, ele conhece Alex, deliciosamente interpretada por Vera Farmiga. Ela pensa igual a ele em relação a aeroportos e relacionamentos. Quando o chefe de Ryan pensa em seguir os conselhos de Natalie, uma jovem funcionaria da empresa (desempenho fraco de Anna Kendrick), que inventa um método mais econômico, embora bastante frio, de demitir pessoas, Ryan fica contra a idéia por dois motivos, primeiro, porque isso irá acabar com sua vida nos ares e, segundo, porque isso vai tornar em gelo um serviço que já é frio. A própria Natalie descobre que lidar com o elemento humano não é tão simples; ela não poderá resolver as coisas de modo “acadêmico”. É uma comédia com toques melancólicos, de humor fino e inteligente, com um elenco bem sincronizado, com destaque para Vera Farmiga, uma mulher muito atraente sob vários aspectos. O trio de atores foi indicado ao Oscar, as duas atrizes como coadjuvantes e George Clooney como ator principal. Sobre George Clooney, vale destacar seu bom tato na escolha das produções em que participa e também seu imenso charme e carisma na tela; ele lembra os galãs do passado ilustre de Hollywood, como se fosse um novo James Stewart. As tomadas aéreas e a edição do filme são pontos positivos. O filme também está indicado para os Oscars de melhor filme, direção e roteiro adaptado, tendo chances apenas no roteiro.

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