segunda-feira, 1 de março de 2010

3 Macacos





Abaixo, obras de Caspar David Friedrich, para comparação





Um filme cujas principais características são a dureza e o silencio. Um filme sobre moral com peonagens sem moral. Uma mentira e seus trágicos resultados. A ação concentra-se numa família traumatizada com a perda do filho mais novo e que prefere ignorar o fato, não olhando, falando ou querendo ouvir falar dele; isso explica o título do filme, uma referência aquela famosa imagem dos três macaquinhos proverbiais, tapando olhos, boca e ouvidos. A casa em que vive a família, parece um órgão contíguo a ela; é pobre, escura e silenciosa. Como os diálogos são poucos, o texto é dito nas expressões dos personagens, e isso funciona bem devido à boa qualidade dos atores, em especial a figura interessantíssima da atriz Hatice Aslan. Apesar de não haver nenhuma tragédia no filme, o sentimento dela é transmitido através dos personagens e da fotografia. A fotografia lembra telas de Caspar David Friedrich, com seus céus nebulosos, céus que parecem denunciar os personagens. 3 Macacos (Üç Maymun, 2008) ganhou a Palma de Ouro de melhor direção em Cannes e, mesmo assim, divide a crítica. Talvez por culpa do roteiro que vai seguindo bem até se tornar rasteiro, justamente no final, mostrando que esta família não aprendeu nada com seus erros.

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