Guerra ao Terror (The Hurt Locker, 2008) é um filme que foi lançado no Brasil em DVD antes até de estrear nos cinemas nos EUA, isso pelo fato de ter sido um filme independente e sem grandes pretensões; já foi visto por muitos e causa surpresa agora o estardalhaço que vem causando por causa dos prêmios importantes que ganhou e que ainda pode ganhar no dia do Oscar. É um filme de guerra muito interessante por trazer um enfoque diferente, aqui predomina o ponto de vista particular do soldado, seus sentimentos, temores, lembranças, mesmo ele estando trabalhando em conjunto com seus companheiros; quando estão sós, estão de fato. A ação também é diferente da de outros filmes de guerra, fora uma ótima sequência de troca de tiros com o inimigo, a ação se concentra no tenso desarmamento de bombas por uma equipe de soldados especialistas nessa tarefa. Cada vez que são chamados quando há uma suspeita de bomba, a tensão até o fim da operação é crescente, e o fato da diretora ter filmado essas cenas sem pressa nenhuma, dá a elas grande veracidade. É interessante e até curioso o trabalho do líder da equipe, o experiente sargento William James, pois ele tem que descobrir as bombas nos lugares mais inusitados e bem escondidos. Particularmente não consegui sentir toda essa tensão, porque como eu via nitidamente que o sargento James era o mocinho da história, sabia que nada de mau lhe aconteceria, mas eu via o nervosismo de quem assistia. Mais em James que nos outros personagens, vemos toda a carga emocional gerada pela guerra; ele é um homem extremamente controlado na sua função e apenas nela, ao ponto de ser insofrível ao constante risco de morte; nessa loucura bem intencionada, ele chega a arriscar a vida de seus companheiros. A diretora Kathryn Bigelow, mais conhecida pelo filme Caçadores de Emoção, conduz o filme com mão forte, usando uma estética de documentário, edição das mais eficazes, e economia de diálogos. Há uma cena particularmente chocante e que leva à emoção, a descoberta, por James, do corpo de um menino com quem ele fez amizade; talvez por vingança contra o sargento, o menino é morto e seu corpo preenchido com bombas (uma armadilha). A reação do sargento é desesperadora, e é aí que a atuação de Jeremy Renner ganha força. O filme é excelente em quesitos técnicos e foi indicado por eles aos Oscars de fotografia, montagem (edição), som, edição de som e trilha sonora. Não é um filme excepcional, mas foi indicado para Oscars mais importantes como filme, direção, ator e roteiro original. Talvez isso se deu devido à importância do tema guerra ao terror para os americanos. Fato interessante: Guerra ao Terror recebeu nove indicações ao Oscar, mesmo número que Avatar, sendo seu concorrente mais direto ao prêmio; isso põe James Cameron numa disputa com sua ex-mulher, Kathryn Bigelow.
quarta-feira, 3 de março de 2010
Guerra ao Terror
Guerra ao Terror (The Hurt Locker, 2008) é um filme que foi lançado no Brasil em DVD antes até de estrear nos cinemas nos EUA, isso pelo fato de ter sido um filme independente e sem grandes pretensões; já foi visto por muitos e causa surpresa agora o estardalhaço que vem causando por causa dos prêmios importantes que ganhou e que ainda pode ganhar no dia do Oscar. É um filme de guerra muito interessante por trazer um enfoque diferente, aqui predomina o ponto de vista particular do soldado, seus sentimentos, temores, lembranças, mesmo ele estando trabalhando em conjunto com seus companheiros; quando estão sós, estão de fato. A ação também é diferente da de outros filmes de guerra, fora uma ótima sequência de troca de tiros com o inimigo, a ação se concentra no tenso desarmamento de bombas por uma equipe de soldados especialistas nessa tarefa. Cada vez que são chamados quando há uma suspeita de bomba, a tensão até o fim da operação é crescente, e o fato da diretora ter filmado essas cenas sem pressa nenhuma, dá a elas grande veracidade. É interessante e até curioso o trabalho do líder da equipe, o experiente sargento William James, pois ele tem que descobrir as bombas nos lugares mais inusitados e bem escondidos. Particularmente não consegui sentir toda essa tensão, porque como eu via nitidamente que o sargento James era o mocinho da história, sabia que nada de mau lhe aconteceria, mas eu via o nervosismo de quem assistia. Mais em James que nos outros personagens, vemos toda a carga emocional gerada pela guerra; ele é um homem extremamente controlado na sua função e apenas nela, ao ponto de ser insofrível ao constante risco de morte; nessa loucura bem intencionada, ele chega a arriscar a vida de seus companheiros. A diretora Kathryn Bigelow, mais conhecida pelo filme Caçadores de Emoção, conduz o filme com mão forte, usando uma estética de documentário, edição das mais eficazes, e economia de diálogos. Há uma cena particularmente chocante e que leva à emoção, a descoberta, por James, do corpo de um menino com quem ele fez amizade; talvez por vingança contra o sargento, o menino é morto e seu corpo preenchido com bombas (uma armadilha). A reação do sargento é desesperadora, e é aí que a atuação de Jeremy Renner ganha força. O filme é excelente em quesitos técnicos e foi indicado por eles aos Oscars de fotografia, montagem (edição), som, edição de som e trilha sonora. Não é um filme excepcional, mas foi indicado para Oscars mais importantes como filme, direção, ator e roteiro original. Talvez isso se deu devido à importância do tema guerra ao terror para os americanos. Fato interessante: Guerra ao Terror recebeu nove indicações ao Oscar, mesmo número que Avatar, sendo seu concorrente mais direto ao prêmio; isso põe James Cameron numa disputa com sua ex-mulher, Kathryn Bigelow.
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