sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Falso brilhante

A cultura americana é frágil e preconceituosa ao extremo, embora queira passar ao resto do mundo que é o contrário disso. Aí chega um filme como Crash, frágil e pretensamente anti-preconceituoso, os americanos se identificam, pois o anti-preconceito do filme é o mesmo do deles, e a Academia premia o filme com o Oscar; um Oscar que deveria ter ido para uma obra-prima, como O Segredo de Brokeback Mountain, e não foi, justa e ironicamente por preconceito. E preconceito é a única explicação possível, já que é gritante a superior qualidade cinematográfica de Brokeback Mountain. Crash é um filme muito bonito, tem uma trilha sonora multi-étnica, para dizer que todos são iguais, tem uma direção que conduz ao sentimentalismo, e um roteiro de um cara bom em roteiros, o Paul Haggis (que aqui foi rasteiro). Mas isso não o torna melhor que os filmes que concorreram com ele. Em certos momentos, o filme tentar copiar Magnólia (na estrutura e utilização da música), esse sim um grande filme, que toca profundamente em questões difíceis, sem precisar de alardes soando falsos. Repito que é um filme muito bonito, mas que o tempo todo soa falso. Ele força a barra. Apela demais. Quanto ao elenco de muitos nomes conhecidos, gosto da atuação de Sandra Bullock e de Matt Dillon, no filme.

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