Dirigido por Henry King, A Canção de Bernadette é um belíssimo e comovente filme, mesmo para não católicos, como eu. Conta a história de Bernadette Soubirous, uma moça asmática de 14 anos e suas visões em Lourdes, de uma senhora que pede graças e roga pela humanidade. Mesmo a população achando que a visão se trata da virgem Maria, o fato não teria grande importância não fosse a jovem ter dito que perguntando o nome da tal senhora, esta lhe respondeu Imaculada Conceição. Isso gera um formidável debate acerca das palavras imaculada e conceição (concepção sem mancha ou sem pecado). Os homens da igreja concluem pela verdade da moça, já que esta é uma laica analfabeta, não podendo ter ciência do significado de tais termos. Seguindo orientações da visão, Bernadette escava o solo de uma gruta, fazendo brotar água; este é o primeiro dos milagres que mudam a vida da jovem, pois em torno dela se formam romarias em busca de graças e milagres. Bernadette acaba indo para um convento; lá descobre a figura de uma freira terrivelmente amarga que lhe tem fervorosa inveja, pois Bernadette é jovem, linda, pura de coração e ainda teve a graça de receber as visões. É aí que acontece a mais comovente cena do filme para mim: a freira, que um dia perguntou a Bernadette o que ela entendia de sofrimento, descobre mais tarde que a vida de Bernadette não é esse aparente mar de rosas e que a pobre moça padece terrivelmente (um tumor no joelho diagnosticado como tuberculose no joelho, coisa dolorosíssima). Bernadette morre jovem. O arrependimento da freira passa muita verdade e nos parte o coração, numa interpretação maravilhosa de Gladys Cooper. A atriz Jennifer Jones, uma novata no cinema, também apresenta uma grande interpretação, que ganhou o Oscar. Oscars também venceram as maravilhosas música, fotografia e direção de arte. Um imperdível clássico da época de ouro de Hollywood.
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