terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A Odisséia dos Coen

Só mesmo os irmãos Coen para recontar o périplo de Odisseu de forma tão inusitada. O resultado é maravilhoso. Eles tiveram a cara de pau de responder aos jornalistas, durante o festival de Cannes, onde o filme foi apresentado, que a obra não é baseada na Odisséia de Homero e que nem sequer conheciam tal obra. Isso na época deu enorme insegurança aos críticos de fazerem suas resenhas sobre o filme. Trata-se de um Road movie rural, passado em 1930, embalado por ótima trilha sonora. Mostra a fuga de três detentos sempre atados um ao outro por correntes, e sua cruzada em busca por um tesouro enterrado. Durante o percurso vão ocorrendo impagáveis situações, como o encontro com um “bluezeiro” que vendeu a alma em troca do dom de tocar violão; um gângster, que é o próprio Babyface Nelson; um caixeiro viajante; e lindas lavadeiras, donas de um hipnótico canto (é óbvia a referência as sirenas e cada vez que vemos o filme vamos descobrindo outras referências). No final do filme, aparece ainda uma referencia à Odisséia que não se pode negar, a figura do simpático cego, que obviamente evoca Tirésias. Tudo isso regado ao habitual humor dos Coen. A fotografia também dá um show.

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