Já ouvi falar que este é um filme recomendado pelo Vaticano. E não é para menos, já que tudo em A Festa de Babette (Babettes Gaestebud, 1987) é sóbrio e deliciosamente amoroso; e não estou afirmando ou desafirmando que sejam estas, qualidades católicas. O filme fala de fé, sacrifício voluntário, amor silente e de culinária. Os cenários e locações naturais de uma natureza pacata e a atitude devota de seus habitantes dão ao filme um tom de bucólica paz. O elenco é um encanto em naturalidade, assim como encantadores são os personagens, com destaque para Babette, uma mulher que não sabemos muito sobre ela, mas não temos dúvida de sua bondade. Claro que em meio a toda essa maravilhosa simplicidade há muitos simbolismos, mormente cristãos. Quanto à sequencia da festa, é maravilhosa em detalhes e beleza; uma lição de como servir, enquanto vemos curiosidades, como a enorme tartaruga que vai virar sopa e o pitoresco prato “Codornas nos Sarcófagos”. Tem um ditado que diz que o amor mais verdadeiro é o amor à comida, e ele combina perfeitamente com esta deliciosa obra do cinema dinamarquês, vencedora do Oscar de melhor filme estrangeiro.
Um filme que obtem grandiosidade na simplicidade, como já disse Olavo Bilac “Porque a beleza, gêmea da Verdade, arte pura, inimiga do artifício, é a força e a Graça na simplicidade”.
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