“Talvez eu tenha sido um estudante brilhante, mas eu estava lamentavelmente ignorante dos fatos da vida”.
Ótimo filme com primorosa atuação do grande Albert Finney. Pra quem ama literatura é um prato cheio. Um filme muito elegante, como todo bom filme inglês. A história de um professor de latim, Andrew Crocker-Harris, que se sentindo em plena forma terá forçosamente que se aposentar devido à idade. Que leitura podemos fazer disso? A idade eclipsa a capacidade, o conhecimento? Não aprendemos desde sempre que as cãs acumulam sabedoria? O velho professor encontra-se em mais uma encruzilhada da vida, elas nunca cessam de ocorrer. O mais difícil seria descobrir que toda uma vida de erudição não teve importância alguma num mundo obtuso para a beleza da literatura. Adaptação da peça “The Browning Version” de Terence Rattigan (gosto do título em português, mas o original tem tudo haver com a história).
O título original refere-se a uma tradução do Agamenon, do Ésquilo. Das traduções, um dos alunos do velho professor dá-lhe a versão escrita pelo poeta Robert Browning.
Há ima versão clássica em preto e branco, de 1951, com Michael Redgrave fazendo o velho professor. Infelizmente ainda não vi.
Robert Browning foi um poeta inglês (também escreveu peças) que viveu de 1812 a 1889. Foi casado com a poetisa Elizabeth Barrett. Para ele a arte era o valor supremo, então tinha que ser imitada ou incorporada pelo real.
Ah! Essa mania de dividir arte como sonho e realidade como vida. Para mim, vida absorve tudo. Tudo que faz parte da vida é real. Impossível não ser.
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