quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Nunca Te Amei

“Talvez eu tenha sido um estudante brilhante, mas eu estava lamentavelmente ignorante dos fatos da vida”.

Ótimo filme com primorosa atuação do grande Albert Finney. Pra quem ama literatura é um prato cheio. Um filme muito elegante, como todo bom filme inglês. A história de um professor de latim, Andrew Crocker-Harris, que se sentindo em plena forma terá forçosamente que se aposentar devido à idade. Que leitura podemos fazer disso? A idade eclipsa a capacidade, o conhecimento? Não aprendemos desde sempre que as cãs acumulam sabedoria? O velho professor encontra-se em mais uma encruzilhada da vida, elas nunca cessam de ocorrer. O mais difícil seria descobrir que toda uma vida de erudição não teve importância alguma num mundo obtuso para a beleza da literatura. Adaptação da peça “The Browning Version” de Terence Rattigan (gosto do título em português, mas o original tem tudo haver com a história).
O título original refere-se a uma tradução do Agamenon, do Ésquilo. Das traduções, um dos alunos do velho professor dá-lhe a versão escrita pelo poeta Robert Browning.
Há ima versão clássica em preto e branco, de 1951, com Michael Redgrave fazendo o velho professor. Infelizmente ainda não vi.

Robert Browning foi um poeta inglês (também escreveu peças) que viveu de 1812 a 1889. Foi casado com a poetisa Elizabeth Barrett. Para ele a arte era o valor supremo, então tinha que ser imitada ou incorporada pelo real.

Ah! Essa mania de dividir arte como sonho e realidade como vida. Para mim, vida absorve tudo. Tudo que faz parte da vida é real. Impossível não ser.

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