Um dos filmes mais belos e delicados que já vi na vida. Mais uma maravilhosa história que o cinema garimpa do teatro, no caso, a peça de Ernest Thompson, onde ele mesmo escreveu o roteiro do filme, ganhando o Oscar de roteiro adaptado. Como Jane Fonda tinha comprado os direitos da peça, ela chamou o pai para trabalhar consigo. Henry Fonda, que dispensa apresentações, faz Norman, o velho ranzinza, sempre reclamando das coisas e falando em morte. No íntimo ele não é tão durão assim. Henry Fonda ganhou um Oscar com esse papel, sendo o ator mais velho a receber o troféu. Katharine Hepburn (magnífica), sendo quem era, não teve trabalho nenhum para exitar, mais uma vez, como Ethel, mesmo idosa e um pouco doente; e na época ela estava com o mal de Parkinson avançado. Ethel é a bondosa e dedicada esposa de Norman e não problemas com sua velhice. Katharine ganhou seu quarto Oscar com o papel. Na outra ponta da pirâmide está Jane Fonda, grande atriz, como Chelsea, a filha do casal. Chelsea ainda guarda resquícios de alguns traumas de infância e não se dá bem com o pai, a quem só chama pelo nome. Os dois vivem se hostilizando. Chelsea arruma um namorado que já tem um filho e antes de viajar com esse namorado, deixa o menino com os pais por um mês. Aos poucos a relação do menino com os velhinhos vai desabrochando até virar uma bela flor. Num Lago Dourado (On Golden Pond, 1981) é um filme contemplativo, mostrando a beleza da natureza (Nova Inglaterra) e, principalmente, do lago dourado (lagoa, no título). Essa contemplação é embalada pela poética trilha sonora. Indicado ainda para os Oscars de melhor filme, atriz coadjuvante (Jane Fonda), direção, trilha sonora, som, edição e fotografia, o filme é um primor cinematográfico sobre amor, relação pais e filhos e natureza que agrada a todos.
Há uma versão para TV feita em 2001, com a dupla de A Noviça Rebelde, Julie Andrews e Christopher Plummer.
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